O trabalho de Jung e Sheldrake mostra que o inconsciente coletivo pode estar sendo transmitido por meio da ressonância mórfica estudada Sheldrake.
Pela ressonância morfogenética as vivencias de um sujeito ficam registradas nos campos mórficos e fazem parte da memória coletiva.
Isso explica a simbologia dos antepassados contida no inconsciente coletivo, cujos conteúdos são inatos e encontrados em todos os seres humanos. Esses conteúdos psíquicos, denominados por Jung de arquétipos e que não foram submetidos ao consciente, reproduzem as mesmas ou pelo menos parecidas idéias míticas. Os arquétipos estão presentes nos mitos, lendas, sonhos e fantasias expressadas pela cultura.
O sujeito encontra-se conectado a uma rede de conexões espaço-temporal, fortalecendo a rede cultural, independente do lugar e do tempo. Isso significa dizer que a ressonância mórfica de vários sujeitos conectada ao campo específico torna parecidos seus pensamentos, sentimentos e palavras, podendo tomar decisões semelhantes. Assim, as vivencias de um sujeito são parte de seu registro, bem como das recordações de outros com experiências semelhantes formando a memória coletiva.
Os campos mórficos,como âmbito dos pensamentos existentes, desencadeiam a coletivização do conhecimento, isto é, o processo que torna a ação no presente.
Percebe-se que, Sheldrake apresenta uma explicação plausível no entendimento de como o inconsciente coletivo pode ser compartilhado. Também Jung contribui para se compreender a função dos arquétipos nas representações coletivas.
Portanto, pode-se dizer que há uma forte relação entre os conceitos estudados pelos dois autores. Ambos mostram a possibilidade de se estudar o homem sob outro ângulo, ou seja, considerando seu inconsciente coletivo com seu presente o passado no seio do campo mórfico.
Partes deste texto foi extraído do artigo (“Memoria coletiva: Aproximação Epistemológica das Teorias de Sheldrake e Jung.Debatin, Marques e Freire 2016).